Para quem busca se reencontrar e ter uma vida mais leve, equilibrada e feliz.
Como aprendi a lidar com as mil personalidades que tenho.
Como aprendi a lidar com as mil personalidades que tenho.

Como aprendi a lidar com as mil personalidades que tenho.

Por Bruna Miranda

Quero começar os meus textos contando como comecei a minha busca pelo autoconhecimento. Ou vocês acham que com esse tanto de personalidade dentro de mim eu daria conta sem uma busca contínua por saber mais e conhecer cada uma delas? rs

Tem um ditado que fala “Diga-me com quem andas, que te direi quem tu és”, eu não costumava gostar muito dessa frase, mas com o amadurecimento, percebi que ela faz total sentido.

Tudo começou por volta de 2016 quando eu trabalhava em um Instituto que tinha uma maneira super legal de trabalhar, era um ambiente cheio de post it, design thinking, metodologias ágil e coisas assim, bem diferentes do que eu estava acostumada.

No almoço todo mundo levava sua marmitinha e sentava junto na mesa para conversar, foi aí que comecei a perceber que as pessoas que trabalhavam ali tinham uma maneira diferente de pensar. O tema terapia era tratado com muita naturalidade e de alguma maneira me impactou. Então comecei a pensar que eu também poderia fazer terapia, mas como nunca tinha ninguém com quem conversar sobre isso, nunca desenvolvi muito a ideia. As conversas ali eram sempre muito divertidas e enriquecedoras, pessoas com vidas tão diferentes da minha, com tanto conhecimento sobre tanta coisa e ao mesmo tempo com tantos questionamentos parecidos. 

A minha vontade de passar com um psicólogo só aumentava, mas ainda não foi dessa vez que dei esse passo. Hoje vejo que esse processo foi muito importante para naturalizar a terapia dentro de mim e um preparo para o que eu passaria mais a frente.

Agora, corta para 2019. O ano mal tinha começado e eu já me sentia sobrecarregada, em 2018 passei por um processo de longas e estressantes horas de trabalho. Cheguei na minha exaustão e, claro que como fui criada para ser uma mulher forte, jamais poderia demonstrar qualquer fragilidade, então fui aguentando tudo e mais um pouco com o plus de me responsabilizar por qualquer falha ou cansaço já que, dessa forma eu achava mais fácil me manter na ilusão de possuir o controle das situações.

“E como mulheres super poderosas só existem na Disney, Marvell e cia, dona Bruna começou a caminhar para o burnout, estou intervindo pois trabalhava com ela nessa época” (Nara Borges).

Pois bem, o cansaço começou afetar o meu trabalho, ou seja, o estresse do trabalho afetando o meu trabalho (hahaha) e em uma conversa com minha chefe decidi que passaria por outro processo de coach, seria a segunda vez. Comecei o processo e na segunda sessão a Coach me direcionou para a Psicóloga (sim, escolham bons profissionais para terem ao seu redor, minha coach maravilhosa disse que não poderia trabalhar comigo naquele estado, que se ela o fizesse seria um trabalho sem resultados e que ela não estava ali somente por dinheiro. Ela me encaminhou para a terapia e disse que aguardaria a psicóloga me liberar para o processo de coaching). E assim foi, no dia seguinte às 08h00 da manhã eu estava na minha primeira sessão de terapia.

De verdade, eu não sabia muito o impacto que a terapia poderia ter na minha vida, achava que era só chegar lá, desabafar e que o terapeuta ia me falar o que fazer.

“Bruna, assim como todos nós, pensava que alguém teria a fórmula mágica para resolver os seus problemas, quem nunca?!” (Nara Borges).

Eu sempre gostei da ideia de ter alguém só te ouvindo e sem falar nada dele de volta, aquele momento era só para mim. E que incrível né? Alguém estudar para aprender a ouvir, acho isso tão lindo, tão forte e tão sensível. Enfim, comecei aos poucos a descobrir que a terapia era um longo processo de autoconhecimento. E junto com ele vieram tantas coisas maravilhosas como: o poder de aprender a falar não, de conseguir impor limites sem desrespeitar o outro, de se ver com mais carinho e com mais amorosidade. A terapia me ensinou a ter autocompaixão e a ser mais generosa comigo, e só assim eu comecei a mostrar para o mundo que a minha real essência era muito mais amor do que dor.

A minha busca pelo autoconhecimento me permitiu também olhar para a essência do outro e que me faz questionar: se não temos autoconhecimento, como podemos fazer para conhecer a essência dos outros? As vezes eu me pergunto quanto amor ainda há no mundo por descobrir? E em você, quanto há por descobrir sobre si e sobre o outro?